”Dos amores humanos, o menos egoísta, o mais puro e desinteressado é o amor da amizade” (Cícero)

25 abril 2010

Grigorovsky e um fragmento da história do cinema

No livro "NÓS É QUE SOMOS BANGUENSES", do pesquisador da história do Bangu A C, Carlos Molinari, pode-se observar que no capítulo relativo ao ano de 1915, está registrado:


“Outro fato que ocorreu durante o primeiro ano de mandato do presidente Noel de Carvalho foi a intensa briga do clube com o imigrante russo Grigorovsky, dono de um cinema próximo ao campo da Rua Ferrer.

Para divulgar quais filmes sua sala iria passar durante a semana, Grigorovsky resolveu colocar alguns cartazes no muro do campo do Bangu. Educadamente, o presidente Noel de Carvalho pediu que o comerciante retirasse as propagandas do nosso muro. O russo fez pouco caso. Era só Noel arrancar os cartazes e jogar na rua que no dia seguinte lá estavam eles colados de novo.

Foi dessa intransigência que o nosso presidente teve a brilhante idéia de cobrar uma módica taxa para que Grigorovsky pudesse colar seus cartazes em nosso muro. Com este fato inusitado, o Bangu Atlético Clube tornou-se o primeiro clube no Brasil, quiçá no mundo, a colocar propaganda ao redor do seu campo de futebol.

Em 1915 ninguém poderia imaginar que as placas publicitárias iriam um dia se tornar um meio extremamente lucrativo e inevitáveis em qualquer competição esportiva, principalmente em campos de futebol.”

Se vocês não estão com a memória claudicante, hão de se lembrar que a nossa colega Elizabeth Grigorovsky é oriunda de Bangu e a não ser que haja uma enorme coincidência, a nossa Beth, provavelmente é neta ou sobrinha-neta de um dos pioneiros do cinema no Brasil, que naquele início de século ainda não tinha completado 20 anos.


A primeira projeção de um filme no Brasil ocorreu em 8 de julho de 1896, somente 1 ano depois de Auguste Marie Nicolas e Louis Jean (os irmãos Lumière) promoverem no Salon Indien du Grand Café, em Paris, a primeira pública de cinema.


O primeiro local fixo para exibição de filmes, o Salão de Novidades Paris, na Rua do Ouvidor, 141 – Centro da cidade do Rio de Janeiro, foi inaugurado em 31 de julho de 1897 por Paschoal Segretto* e José Roberto Cunha Salles).*Affonso Segretto, irmão de Paschoal, produziu o primeiro filme brasileiro, em 1898: Fortaleza e Navios de Guerra na Baía da Guanabara, à bordo do navio francês "Brésil".

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